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Carlos Garcia MCEM ARE 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Potencialidades e desafios dos Recursos Educacionais Abertos

Os Recursos Educacionais Abertos, de acordo com OECD (2007), são 

“digitised materials offered freely and openly for educators, students and self-learners to use and reuse for teaching, learning and research” (OECD, 2007). 

Os REA ou OER (Open Educational Resources), compreendem três àreas: Recursos de aprendizagem; ferramentas e recursos de implementação.

Um elemento chave dos REA são os direitos de autor que têm como principal finalidade a divulgação de forma livre e aberta a toda a comunidade, o ensino, a aprendizagem e pesquisa, seguindo regras de respeito pelos autores dos projetos.

Os REA, são compostos por conteúdos digitais de aprendizagem, assim como de ferramentas que servem para ajudar no desenvolvimento e utilização destes conteúdos de uma forma livre e aberta.

Para ser um Recurso Educacional Aberto tem de possuir três elementos livres e abertos
  •   O conteúdo;
  •   A plataforma;
  •   Licença
Muitos dos documentos a que tentamos aceder estão "bloqueados", temos de pagar uma certa quantia para fazer download ou mesmo simplesmente ler. Os Recursos Educacionais Abertos, permitem o acesso livre a materiais educativos, sendo uma forma de disseminar o conhecimento e aumentar a qualidade dos materiais produzidos, na medida em que permite que qualquer tipo de autor de conteúdo veja o seu trabalho divulgado, utilizado e reconhecido por outros.


As licenças Creative Commons vieram permitir que os recursos educacionais sejam acedidos e reutilizados, sempre que seja necessário.




A visão que David Wiley nos proporciona em relação aos REA, mostra-nos algumas potencialidades, mas igualmente alguns contrangimentos na partilha de informação.
Um dos termos mais importantes referido por David Wiley é o termo "Openness", que se divide em quatro grandes àreas: Reuse, Redistribute, Revise e Remix.

Os REA, são muito importantes para quem está inserido no meio educativo. Embora não seja o meu caso (não sou docente), compreendo, após analisar com atenção o discurso presente neste Vídeo, que a prática do ensino através dos Recursos Educacionais Abertos é um método cheio de potencial, uma vez que defende o conceito Share, ou seja partilha, que contraria o egoísmo na prática do ensino. A abertura dos recursos educativos é a única forma de educar, se não houver partilha do conhecimento é impossível haver educação. 
É defendido que os professores que mais partilham a informação e o conhecimento são os que conseguem um sucesso maior na sua profissão. Contrariamente a este tipo de conceito ainda há quem resista a libertar os conhecimentos que possuem, tal como David Wiley menciona, fazendo como que uma analogia entre as abelhas e estas pessoas: " a abelha só pica uma vez e morre", isto é, preferem guardar o conhecimento para eles, não o partilhando. 

Será que esta abertura e partilha de informação e conhecimentos é sempre respeitada por quem a utiliza e/ou reutiliza?

Para manter e respeitar a autoria dos recursos educacionais abertos, devemos fazer sempre menção, seja por citação, bibliografias ou através dos licenciamentos necessários aos autores que elaboraram os recursos, caso contrário a partilha não será justa para quem trabalha e de dedica a elaborá-los. Julgo que será este o caminho para um desenvolvimento justo e equilibrado do conhecimento, seja em que área for, pois quantos mais formos a participar neste novo mundo da internet maiores serão os resultados.

A internet proporciona-nos um novo mundo de oportunidades de adquirirmos conhecimento, juntando a este factor, os conceitos de openness e share, é um novo mundo que se abre, pois quanto maior for  a abertura dos educadores, melhor será a educação.


Openness  
Segundo Tuomi (2006), openness is: 



about the right and ability to modify, repackage and add value to the resource. However, most existing initiatives offer the most basic level of openness - “open” means “without cost” but it does not mean “without conditions”.


O conceito de recurso aberto está em constante atualização e pode ser dividido segundo o contexto em que se insere, seja como software, conteúdo de acesso livre, assim como publicações.
As iniciativas de recursos abertos (http://www.opensource.org/), conteúdo livre (http://www.opencontent.org), acesso livre (http://www.pubmedcentral.nih.gov/about/openaccess.html) e Creative Commons (http://creativecommons.org/), vieram permitir um salto qualitativo no que respeita ao conceito de Recursos Educativos Abertos, seja na criação, adaptação, licenciamento ou partilha dos mesmos, pois trouxe linhas de orientação para quem trabalha com os conteúdos ou ferramentas dos mesmos.


REA no ensino-aprendizagem: Prós e Contras


Tomando como linha de orientação o verdadeiro significado dos REA, são muitos os motivos que reforçam as potencialidades que estes podem trazer ao ensino aprendizagem, seja presencial ou por e-learning, pois conseguem atrair muitos estudantes novos; promovem o aumento da disponibilização do acesso livre à educação por parte das instituições, assim como leva a que novos estudantes se interessem por estudar e aumenta o sucesso das iniciativas de conteúdo aberto como os repositórios; O licenciamento do conteúdo livre tornarse-á mais simples ao utilizarmos os direitos de autor e por último, serão disponibilizados conteúdos de software.


Noutro sentido temos alguns aspetos que podem influenciar negativamente a utilização dos REA no ensino-aprendizagem, por exemplo a dificuldade em encontrar um ponto de equílibrio entre os REA e a parte comercial, os direitos de autor ou a falta de uma comunicação eficiente entre os educadores e quem desenvolve as ferramentas e conteúdos dos REA.

No ensino superior encontramos três tipos de REA:

  • Modelo do MIT;
  • Modelo USU;
  • Modelo RICE
Estes três modelos mostram-nos a diversidade de iniciativas de REA no ensino superior, levando-nos aos motivos pelos quais devemos produzir e partilhar REA, sendo o altruismo de partilhar, ganhos como a publicidade, a reputação numa comunidade aberta em vez de ganhos monetários.

Concluindo 

Tendo em conta as potencialidades e os desafios que os REA nos apresentam, julgo que o caminho a seguir em termos de ensino aprendizagem é a utilização das ferramentas e conteúdos que compõem os REA de forma a potencializar as capacidades e os conhecimentos tanto dos educadores como dos alunos, tendo sempre como orientação as bases dos REA e mantendo um equilibrio na sua utilização, escolhendo e integrando-os de maneira adequada nos currículos educacionais.


Espero no futuro, ter oportunidade de confirmar as minhas expectativas em relação a este tema e outros relacionados.



Referências

urell, Seth (autor) & Wiley, David (editor) (2008). OER Handbook for Educators 1.0. [http://wikieducator.org/OER_Handbook/educator_version_one]

Downes, Stephen (10-2010). Agents Provocateurs. Stephen's Web.
[http://www.downes.ca/post/54026]

Weller, Martin (2010). Big and Little OER. In Open Ed 2010 Proceedings. Barcelona: UOC, OU, BYU. [http://hdl.handle.net/10609/4851]

Wiley, David (27-09-2011). On OER – Beyond Definitions. Iterating toward openness. [http://opencontent.org/blog/archives/2015].

Yuan, Li; Macneill, Sheila; & Kraan, Wilbert (2008). Open Educational Resources – Opportunities and Challenges for Higher Education.
[http://wiki.cetis.ac.uk/images/0/0b/OER_Briefing_Paper.pdf]